sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Olá, pessoas!

Eu peço desculpas pela demora, pela falta de tempo. Estou escrevendo diretamente do pronto-socorro que, por incrível que pareça, está uma calmaria desde a manhã.
Eu tenho tanta coisa legal pra disponibilizar pra vocês... livros, aulas, mas eu não sei mexer nisso aqui ainda. Cada um com a sua habilidade, né? Rs...

Já que eu não consigo colocar arquivos, vamos discutir um caso?

Uma paciente de três anos, vítima de acidente automobilístico com explosão do veículo. Quando foi avaliada no box de emergência tinha queimaduras importantes por todo o corpo, principalmente em couro cabeludo. Estava com vias aéreas pérvias, sem sangramento ativo em cavidade oral, dispneica, com saturação de 02 boa em máscara de 02, que caia progressivamente para abaixo de 85% quando em ar ambiente. Hemodinamicamente estável, consciente, com Glasgow difícil de avaliar porque a paciente já chegou sedada.
No exame físico grosseiro, apresentava mobilidade em mandíbula bilateralmente, com deslocamento posterior da língua, provável origem de seu desconforto respiratório. Não possuía exames de imagem e nem havia tempo hábil para realizá-los porque a paciente precisava ser prontamente transferida para um Centro de Queimados em outra unidade de saúde.
Ela retorna 50 dias depois, ainda internada para tratamento das queimaduras, para reavaliação. Durante todo esse tempo, recebeu alimentação por sonda. Não colabora com o exame físico. Após sedação com hidrato de cloral foi possível a realização de tomografia de face (que, infelizmente, na correria, não consegui gravar muitos cortes):







A pergunta é: O que vocês teriam feito no primeiro atendimento, tendo em vista todas as limitações do caso? E como vocês conduziriam o caso depois dos 50 dias?



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Olá, pessoas!

O Dr. Mário já fez uma breve apresentação a meu respeito, e a partir de agora vocês estarão também em minha companhia, e espero que ela seja tão útil e proveitosa como a do Dr. Mário. Eu peço desculpas pela falta de tempo, mas prometo que tentarei contribuir um pouquinho toda semana, com o pouco conhecimento que eu tenho, e o muito que eu sou obrigada a assimilar todos os dias. E conhecimento a gente não guarda, não é? A gente recebe, reflete, acrescenta mais um pouco... e compartilha. Então vamos lá.

Meu nome é Ana Cecília, e eu sou residente do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), em Brasília. Eu gostaria de falar um pouquinho do meu serviço, antes de tudo. O Hospital de Base é o hospital de referência em trauma no Distrito Federal. Além disso, recebe pacientes de estados próximos, como Bahia, Goiás e Minas. Nossa demanda é realmente muito grande. O HBDF é um centro de ensino e extensão, ao qual estão vinculados alunos de graduação de diversas áreas da saúde e oferece uma das mais completas residências médicas do Brasil, com quase 300 residentes. O hospital dispõe de uma grande estrutura física, com 16 salas de centro cirúrgico e mais de 630 leitos, distribuídos em 10 andares da unidade de internação, neurocirurgia e UTI, sendo o único hospital terciário público no Distrito Federal. O pronto-socorro funciona diuturnamente, com mais de 700 pacientes assistidos e atendidos diariamente, oferecendo atendimento de urgência e emergência em várias especialidades que não estão disponíveis em outras unidades de saúde da rede pública do Distrito Federal, a exemplo da Neurocirurgia, Otorrino e, claro, a nossa Cirurgia Bucomaxilofacial. Dispõe, também, de um bloco de atendimento ambulatorial, que oferece acompanhamentos clínicos de alta complexidade, como Oncologia, radioterapia e Hematologia. São 670 internações diárias e 3.431 funcionários. Trata-se, portanto, de um hospital de grande porte, referência de nível terciário no Sistema Único de Saúde, oferecendo à população atendimento em 34 especialidades.

Depois de ter dado uma visão geral do hospital, vamos ao que interessa, lembrando que tudo o que eu escrevo é baseado tão somente na minha experiência, no que eu vivo lá atualmente, sem tomar por base dados ou estatísticas. O processo seletivo é realizado uma vez por ano. Atualmente o processo de seleção para as residências médicas e multiprofissionais do DF está passando por mudanças, o que provocou atraso nos editais e na realização das provas, por problemas ocorridos no processo seletivo de 2009. Ele continuará sendo realizado pelo CESPE (HTTP://www.cespe.unb.br), mas a data ainda é só especulação. O que se espera é que o edital saia em novembro e que a prova seja realizada em dezembro ou janeiro, e a nova turma começaria dia 1 de fevereiro, mas ainda não existe confirmação. Entram dois residentes por ano. A prova envolve tópicos gerais relacionados à Odontologia, a exemplo do que ocorre na residência médica, na qual a prova se baseia em assuntos abordados durante a graduação, o que, precisamos confessar, NÃO acontecia nas provas para seleção para residência em Bucomaxilo. A prova era praticamente uma prova para especialistas, na qual eram abordados assuntos que o candidato só veria efetivamente durante a residência, e é assim que continua acontecendo na grande maioria (se não todas) das provas do Brasil. Aqui isso não existe mais, e não existe um consenso a respeito da vantagem disso, mas a questão é que o candidato que quiser se sair bem no processo seletivo daqui não deve estudar apenas Cirurgia. A prova é bastante ampla, e tem questões de anatomia, patologia, farmacologia, microbiologia, imunologia, anestesio, radiologia, bioquímica, câncer bucal e etc. No último processo seletivo não havia dentística, endo e prótese, mas eu aconselho a nunca descartar essa hipótese. Os residentes recebem uma bolsa de R$1900,00 durante os 3 anos com um auxílio moradia de R$500,00 o que, no final de todos os descontos, resulta em aproximadamente R$2100,00. A carga horária em edital é de 60h semanais, mas isso é apenas teórico. Temos férias de 30 dias por ano e recesso de final de ano baseado em um rodízio entre os residentes.

Nossa escala é alternada entre o pronto-socorro, centro cirúrgico e ambulatório. No pronto-socorro é realizado atendimento de urgência, principalmente trauma e infecções de grande porte. Recebemos muito trauma e temos praticamente de tudo toda semana: maxila, mandíbula, zigoma e NOE, além de muita lesão por PAF. Em ambulatório, realizamos cirurgia oral menor: terceiro molar incluso, biópsias, enxerto e implante, além de atendermos pacientes internados em outras clínicas, como por exemplo, para pré-operatório de cirurgia cardíaca. As cirurgias eletivas são principalmente ortognática, anquilose, ATM, ressecções e curetagem de tumores e reconstruções. Todos os residentes rodam em toda a escala, no entanto, os R2 são os responsáveis pelas cirurgias de urgência e os R3 pelas eletivas. O pronto-socorro funciona 24h, e todos os residentes têm plantão noturno em sua escala. Além disso, temos a parte teórica. São 4 seminários toda semana, cada um abordando temas específicos, que envolvem todos os tópicos da área, desde semiologia, exame físico, ATLS, exames laboratoriais, equilíbrio hidro-eletrolítico, hemoterapia, farmacologia, anestesia local e geral, radiologia, passando por incisões, técnicas cirúrgicas para todas as fraturas, meios de fixação e protocolos, infecções, patologia,(muita!) cirurgia ortognática, reconstruções e discussão de artigos atuais.

Bom, eu quis dar uma visão geral do serviço, mas acho que acabei falando demais. Para quem se interessar pelo processo seletivo daqui ou por conhecer melhor o serviço e quiser fazer perguntas mais específicas, terei o maior prazer em tirar todas as dúvidas.

E como eu sou obrigada a estudar no mínimo quatro assuntos diferentes toda semana eu vou aproveitar para compartilhar com vocês o assunto dos meus seminários, escrevendo um pouquinho aqui. Assim quem ainda está estudando para as provas pode aprender um pouquinho mais, e quem já está mais familiarizado com o assunto pode discutir, opinar e assim todo mundo aprende mais. Na medida em que eu tiver tempo posso colocar também uns casos clínicos para que a gente possa criar um ambiente de discussão bem legal.

Aproveito para agradecer publicamente ao Dr. Mário pela disposição e confiança, e reforço o convite dele: residentes do Brasil, manifestem-se! Falem um pouquinho sobre o serviço de vocês, ofereçam dicas sobre o processo seletivo... todos nós já estivemos do lado de lá e sabemos o quanto é duro! E que depois fica ainda mais... J

Beijo a todos!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Concurso!!!!

Saudações,

presente

O BucoMaxiloFacial irá enviar um presente (um CD recheado de livros) para a melhor foto tirada com o tema BMF. A promoção está aberta para acadêmicos, especializandos, residentes, Implantodontistas, BucoMaxiloFaciais e amantes da Cirurgia Oral e MaxiloFacial.

As 5 melhores fotos serão publicadas aqui e a melhor será ganhadora do prêmio. Promoção válida até 01 de Dezembro… Por isso, câmeras a obra.

Enviar foto para o email de contato.

Boa Sorte!

Obs – você deverá participar da foto, fotos sem pessoas serão desclassificadas!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nova Colaboradora!

Saudações estimados leitores,


Estou adicionando a Colega, Cirurgiã-Dentista, Dra. Ana Cecília de Campos Batista – Residente (R1) do Hospital de Base – DF, graduada pela UNB, para contribuir com o site. Tenho certeza de que o nível de nossas discussões irá aumentar. Estamos re-organizando o grupo de estudos e discussões em CTBMF, assim como formando um grupo voltado a publicação em periódicos nacionais.

É isso ai, vamos dar as boas vindas à nossa Colega!

Abraços a todos (desculpe a sumida)

 

OgAAAMLsAhGFyl5rnFB5_tTpU_DLis7GBemWT_WZWFRYxy7b8ybP8-Q4LNF4E5Dl0txjpS-TZ4cnWGNp--6keV4grzMAm1T1UBQC2gi9pMPsqqa6mUV7Ua-sztsR


Obs – A Dra. Ana ficou devendo uma foto da equipe do Hospital de Base, assim como uma descrição do serviço.

Obs 2 – Fica a dica para os Residentes do Brasil.. Escrevam sobre o serviço das suas respectivas residência e mandem via email que colocaremos no ar.